*Saber Lidar com a Injúria*


"De nada serve tudo ver e tudo ouvir. Não prestemos atenção às injúrias: a maior parte delas não nos atinge porque as ignoramos. Não queres estar irado? Não sejas curioso. Aquele que procura saber o que foi dito sobre si, que desenterra as palavras maldosas, mesmo quando foram ditas em segredo, atormenta-se a si mesmo. É uma determinada interpretação dessas palavras que faz com que ela nos pareçam injúrias: assim, devemos aceitá-las, rirmo-nos delas ou perdoá-las. Devemos circunscrever a ira de diversas maneiras; tomemos a maior parte delas como um jogo ou uma brincadeira. Conta-se que, tendo sido agredido com uma bofetada, Sócrates disse ser aborrecido que os homens não soubessem quando deveriam sair de casa com um elmo. O que importa não é a maneira como a injúria é feita, mas sim a maneira como é tomada; nem vejo por que motivo a moderação há-de ser difícil, pois sei de tiranos, cheios de orgulho, de fortuna e de autoritarismo, que reprimiram a crueldade a que estavam habituados. Um tirano ateniense, Pisístrato, se a memória não me falha, tendo ouvido, de um conviva ébrio, palavras ofensivas sobre a sua crueldade, não faltando sequer quem o apoiasse e o incitasse aqui e ali, suportou tudo isso com calma e respondeu àqueles que o provocavam que não se sentia mais atingido do que se contra ele tivessem investido de olhos vendados. "

Séneca, in 'Da Ira'
Lucio Anneo Séneca

Córdoba 4 a.C. - Roma 65

Texto que para mim , hoje vale IMENSO,
pois foi com ele que algumas situações ,
aprendi ,que devia ignorar:o)
E acredita...
sou MUITO mais feliz

Beijo Sorridente
(*)
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Post Scriptum - Prémio Visitante


E o Quint do blog http://notassoltasideiastontas.blogspot.com/
agraciou-me com uma belissima surpresa.
O Post Scriptum - Prémio Visitante
Porque o visito porque gosto de o visitar, pela presença (que o meu tempo me permite),por algumas palavrinhas que lhe deixo,mas que são deixadas de coração, agraciou-me a mim , ao meu Pensamentos este Mimo...
Muitissimo Agradecida por tal Honra,um sorriso , um beijo

Obrigado , Sorrindo
(*)

Penso eu que não há limites para agraciar quem assim o entendermos
Logo, resolvi agraciar todos , os que me visitam neste espaço
Este Mimo quanto a mim é um Mimo Lindo, pois estamos a agraciar pelo facto nos visitarem, de nos fazerem companhia, de comigo" conversarem "
Sem as vossas visitas , limitar-me-ia eu ,a escrever para mim apenas, mas sorrio aqui,com a vossa presença que embora, neste espaço ,apenas "cite" , dei-me conta que a leitura agrada, e isso simplesmente me incentiva a escrever mais:o)

Passarei a indicar então:

O Próprio Quint, pois é um comentador bem assiduo, logo para ele volta o Miminho , agradecendo já a presença , a simpatia :o))
Goddess Night( Que por acaso foi a 1ª Visita deste Espaço :o)) )
Dias
Flash
Poliedro
rosa dourada/ondina azul
Amaral
poetaeusou
A Vós ,
o meu muito Obrigado,
por comigo partilharem este Espaço,
onde eu gosto imenso de estar,
pois é um sitio onde realmente reflicto e me sinto muito, muito bem
Um Sorriso, um beijo agradecido

Bam Hajam
(*)
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*"A Felicidade Está no Realizar, e Não no Usufruir"*


"Atolavam-se na ilusão da felicidade que extraíam dos bens possuídos. Ora a felicidade o que é senão o calor dos actos e o contentamento da criação? Aqueles que deixam de trocar seja o que for deles próprios e recebem de outrem o alimento, nem que fosse o mais bem escolhido e o mais delicado, aqueles que ouvem subtilmente os poemas alheios sem escreverem os poemas próprios, aproveitam-se do oásis sem o vivificarem, consomem cânticos que lhes fornecem, e fazem lembrar os que se apegam às mangedouras no estábulo e, reduzidos ao papel de gado, mostram-se prontos para a escravatura. "

Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"


Algumas das suas frases :

"O Homem distingui-se dos homens. Nada se diz de essencial acerca da catedral se apenas falarmos das pedras. Nada se diz de essencial a respeito do Homem se procurarmos defini-lo pelas qualidades humanas."

"Mulher: a mais nua das carnes vivas e aquela cujo brilho é o mais suave."

"A terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste."

"Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos."

"Se a vida não tem preço, nós comportamo-nos sempre como se alguma coisa ultrapassasse, em valor, a vida humana... Mas o quê?"

"O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo."

"A ordem não cria a vida."

"Os homens compram tudo pronto nas lojas... Mas como não há lojas de amigos, os homens não têm amigos."

"O progresso do homem não é mais do que uma descoberta gradual de que as suas perguntas não têm significado."

"Fica responsável por tudo aquilo que domesticaste."

"Não há uma fatalidade exterior. Mas existe uma fatalidade interior: há sempre um minuto em que nos descobrimos vulneráveis; então, os erros atraem-nos como uma vertigem."

"A grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não inclui qualquer espécie de comércio."

"Sacrifício não significa nem amputação nem penitência. (...) Ele é uma oferta de nós próprios ao Ser a que recorremos."

"Os ritos são no tempo o mesmo que o domicílio é no espaço."

"Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direcção."

"Amem quem vos comanda. Mas sem lhes dizer"

"Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão."

"O escravo constrói o seu orgulho em função do ardor do patrão."

"A grandeza de uma profissão é talvez, antes de tudo, unir os homens: não há senão um verdadeiro luxo e esse é o das relações humanas."

"Ao reencontrar os amigos, todos nós já provamos o encanto das más lembranças."

"Tenho o direito de exigir obediência, porque as minhas ordens são sensatas. "

"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos."

"É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência. "

"A verdade não é, de modo algum, aquilo que se demonstra, mas aquilo que se simplifica. "

"Também somos ricos das nossas misérias. "

"O que nos salva é dar um passo e outro ainda."

"O que conduz o mundo é o espírito e não a inteligência. "

"Apenas se vê bem com o coração, pois nas horas graves os olhos ficam cegos. "

"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam."

"As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações. "

"Os regulamentos assemelham-se aos ritos de uma religião, que parecem absurdos, mas moldam os homens."


"Ser homem é ser responsável. É sentir que colabora na construção do mundo."


"Amai aqueles em quem mandais. Mas sem lhes dizer nada."

"Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo."

"Na vida, não existem soluções. Existem forças em marcha: é preciso criá-las e, então, a elas seguem-se as soluções."


"É o mesmo sol que derrete a cera e seca a argila."


"Os olhos são cegos. É preciso ver com o coração..."


"Se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz."

"Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

"Só se vê bem com os olhos do coração. O essencial é invisível aos olhos."

"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderiaser achado numa só rosa."

"Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa."

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam d pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!

"Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca. "

Um dia muito Lindo Desejo...
(*)
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* Distrito do Porto...algumas Lendas* ...

(Igreja do Senhor Bom Jesus de Matozinhos (São Miguel e Almas) De livro aberto e rubricado por Tomás Antônio Gonzaga em 1785, sabe-se que a capela era dedicada aos Santíssimos Corações de Jesus, Maria, José, Senhor dos Matosinhos e São Miguel e Almas. Portada do Aleijadinho e pinturas de Ataíde. )Fonte:http://www.degeo.ufop.br/Portugues/OuroPreto/relig.htm

O Senhor de Matosinhos
Segundo a tradição, a imagem do Senhor de Matosinhos é uma das mais antigas de toda a cristandade. A lenda diz que esta imagem foi esculpida por Nicodemos, que assistiu aos últimos momentos de vida de Jesus, sendo por isso considerada uma cópia fiel do seu rosto. Nicodemos esculpiu mais quatro imagens mas esta é considerada a primeira e a mais perfeita. A imagem é oca porque nela teria Nicodemos escondido os instrumentos da Paixão e, nesses tempos de perseguição, os objectos sagrados eram escondidos ou atirados ao mar para escaparem à fogueira. Nicodemos atirou a imagem ao mar Mediterrâneo, na Judeia, e esta foi levada pelas águas, passou o estreito de Gibraltar e veio dar à praia de Matosinhos, perdendo na viagem um braço. A população de Bouças ergueu-lhe um templo e designou a imagem por Nosso Senhor de Bouças, venerando-a durante 50 anos pelos seus muitos milagres. Mas um dia, andava uma mulher na praia de Matosinhos a apanhar lenha para a sua lareira, quando encontrou um pedaço de madeira que juntou aos restantes.

Em casa, lançou-o ao fogo mas este pedaço saltou da lareira não só da primeira, mas como de todas as vezes que ela o tentava queimar. A sua filha, muda de nascença, fazia-lhe gestos desesperados para que dizer qualquer coisa e, por fim, balbuciou, perante o espanto da mãe, que o pedaço de madeira era o braço de Nosso Senhor das Bouças. Assombrada pelo milagre a população verificou que o braço se ajustava tão bem à imagem que parecia que nunca dela se tinha separado. No século XVI, a imagem foi mudada para uma igreja em Matosinhos, construída em sua honra, ficando a ser conhecida por Nosso Senhor de Matosinhos.

Santiago e Caio
No ano de 44 da era de Jesus Cristo, passeava pela praia de Matosinhos um ilustre cavaleiro da Maia, Caio Carpo Palenciano, com a sua mulher Claudina e vários parentes e amigos. Cavalgava o grupo pelo areal quando alguém vislumbrou uma barca que se dirigia para norte. Os cavaleiros e as damas pararam todos para apreciar o ritmo e a beleza da embarcação, quando inexplicavelmente o cavalo de Caio galopou para dentro do mar, apesar de este o tentar evitar, como se fosse obrigado por uma força desconhecida. Cavalo e cavaleiro imergiram no mar e desapareceram para ressurgirem perto da barca, para onde subiram cobertos de vieiras. Quando perguntaram à tripulação o motivo deste fenómeno e qual a razão da sua viagem, estes explicaram que eram discípulos cristãos de um homem chamado Tiago. Tinham fugido de grandes perseguições, levando o corpo do seu Mestre para terras de Espanha, onde Tiago tinha pregado o Evangelho. Segundo estes homens, o fenómeno ocorrido com Caio e o seu cavalo poderia ser explicado pelo facto de ele ser um escolhido de Nosso Senhor. As vieiras eram o sinal de Santiago que queria ver Caio abraçar a lei de Deus. Comovido, Caio foi ali mesmo baptizado com água do mar e, quando voltou para junto dos seus familiares e amigos, a todos converteu com o extraordinário feito de Santiago. As vieiras ficaram a fazer parte do brasão da nobre família Pimentel de Trás-os-Montes, descendentes, segundo se crê, de Caio Carpo Palenciano.

Lenda de Valongo e Susão
Os nomes de Valongo e Susão têm origem nesta lenda que remonta à época em que alguns cristãos perseguidos no Oriente se refugiaram em Cale, foz do rio Douro. Entre eles estava o rico negociante judeu Samuel, recém convertido ao Cristianismo, e a sua filha Susana. Pensavam os fugitivos estarem já livres de perseguições quando foram obrigados a defender-se dos árabes que dominavam a região. Com astúcia, prepararam uma armadilha e capturaram o jovem Domus de cujo resgate esperavam obter a paz. Enquanto decorriam as negociações, Domus e Susana apaixonaram-se e o mouro pediu para ser baptizado para poder casar-se com a jovem. O acordo com os muçulmanos era assim impossível e decidiram todos fugir, deixando Portucale (Porto) em direcção ao Oriente. Chegados ao topo da Serra de Santa Justa depararam com uma paisagem lindíssima e a apaixonada Susana exclamou um elogio sincero ao vale longo que sob os seus olhos se estendia. Desceram ao vale e nele decidiram ficar para sempre, edificando as primeiras casas de uma povoação que se veio a chamar Susão, em memória da bela Susana. O vale que Susana tinha achado belo e longo ficou conhecido como Valongo.

Lenda do Rei Ramiro
Uma antiga lenda que remonta ao século X, conta que o rei Ramiro II de Leão se apaixonou por uma bela moura de sangue azul, irmã de Alboazer Alboçadam, rei mouro que possuía as terras que iam de Gaia até Santarém. Influenciado pela sua paixão e com a intenção de pedir a moura em casamento, Ramiro decidiu estabelecer a paz com Alboazer, que o recebeu no seu palácio de Gaia. Apesar de já ser casado, Ramiro pensou que seria fácil obter a anulação do seu casamento pelo parentesco que o unia a D. Aldora. Alboazer recusou terminantemente: nunca daria a irmã em casamento a um cristão e, de todas as formas, esta já estava prometida ao rei de Marrocos. O rei Ramiro, vexado, pareceu aceitar a recusa, mas pediu ao astrólogo Amã que estudasse os astros para decidir qual a melhor altura para raptar a princesa e levou-a consigo nessa data propícia. Dando por falta da irmã, Alboazer ainda chegou a tempo de encontrar os cristãos a embarcar no cais de Gaia. Gerou-se uma luta favorável ao rei cristão, que levou a princesa moura para Leão, a baptizou e lhe deu o nome de Artiga, que tanto significava castigada e ensinada como dotada de todos os bens. Alboazer, para se vingar, raptou a legítima esposa do rei Ramiro, D. Aldora, juntamente com todo o seu séquito. Quando o rei Ramiro soube do rapto ficou louco de raiva e, juntamente com o seu filho D. Ordonho e alguns vassalos, zarpou de barco para Gaia. Aí chegados Ramiro disfarçou-se de pedinte e dirigiu-se a uma fonte onde encontrou uma das aias de D. Aldora a quem pediu um pouco de água, aproveitando para dissimuladamente deitar no recipiente da água meio camafeu, do qual a rainha possuía a outra metade. Reconhecendo a jóia, D. Aldora mandou buscar o rei disfarçado de pedinte e, por vingança da sua infidelidade, entregou-o a Alboazer. Sentindo-se perdido, o rei Ramiro pediu a Alboazer uma morte pública, esperando com astúcia ganhar tempo para poder avisar o seu filho através do toque do seu corno de caça. Ao ouvir o sinal combinado, D. Ordonho acorreu com os seus homens ao castelo e juntos mataram Alboazer e o seu povo, para além de destruírem a cidade. Levando D. Aldora e as suas aias para o seu barco, o rei Ramiro atou uma mó de pedra ao pescoço da rainha e atirou-a ao mar num local que ficou a ser conhecido por Foz de Âncora. O rei Ramiro voltou para Leão onde se casou com a princesa Artiga, de quem teve uma vasta e nobre descendência.

Lenda de Pedro Sem
A torre medieval que se encontra diante do antigo Palácio de Cristal, no Porto, é ainda hoje conhecida por Torre de Pedro Sem. A história diz que essa torre pertencia a Pêro do Sem, doutor de leis, jurisconsulto e chanceler-mor de D. Afonso VI, no século XIV. Mas a lenda remete para uma data posterior, no século XVI, a existência de um personagem Pedro Sem que vivia no seu Palácio da Torre. Possuindo muitas naus na Índia, Pedro Sem era um mercador rico mas não tinha títulos de nobreza, o que muito o afectava. Era também usurário, emprestando dinheiro a juros elevados, à custa da desgraça alheia, enquanto vivia rodeado de luxo. Estavam as suas naus a chegar, carregadas de especiarias e outros bens preciosos, quando a sua máxima ambição foi realizada através do seu casamento com uma jovem da nobreza, em troca do perdão das dívidas de seu pai. Decorria a festa de casamento, que durou quinze dias consecutivos, quando as naus de Pedro Sem se aproximaram da barra do Douro. O arrogante mercador acompanhado pelos seus convidados subiu à torre do seu palácio e, confiante do seu poder, desafiou Deus, dizendo que nem o Criador o poderia fazer pobre. Nesse momento, o céu que estava azul deu lugar a uma grande tempestade! Pedro Sem assistiu, impotente e encharcado pela chuva, ao naufrágio das suas naus. De seguida, a torre foi atingida por um raio que fez deflagrar um incêndio que destruiu todos os seus bens. Arruinado, Pedro Sem passou a pedir esmola nas ruas, lamentando-se a quem passava: "Dê uma esmolinha a Pedro Sem, que teve tudo e agora não tem...".

Lenda dos Tripeiros
No ano de 1415, construíam-se nas margens do Douro as naus e os barcos que haveriam de levar os portugueses, nesse ano, à conquista de Ceuta e, mais tarde, à epopeia dos Descobrimentos. A razão deste empreendimento era secreta e nos estaleiros os boatos eram muitos e variados: uns diziam que as embarcações eram destinadas a transportar a Infanta D. Helena a Inglaterra, onde se casaria; outros diziam que era para levar El-Rei D. João I a Jerusalém para visitar o Santo Sepulcro. Mas havia ainda quem afirmasse a pés juntos que a armada se destinava a conduzir os Infantes D. Pedro e D. Henrique a Nápoles para ali se casarem...

Foi então que o Infante D. Henrique apareceu inesperadamente no Porto para ver o andamento dos trabalhos e, embora satisfeito com o esforço despendido, achou que se poderia fazer ainda mais. E o Infante confidenciou ao mestre Vaz, o fiel encarregado da construção, as verdadeiras e secretas razões que estavam na sua origem: a conquista de Ceuta. Pediu ao mestre e aos seus homens mais empenho e sacrifícios, ao que mestre Vaz lhe assegurou que fariam para o infante o mesmo que tinham feito cerca de trinta anos atrás aquando da guerra com Castela: dariam toda a carne da cidade e comeriam apenas as tripas. Este sacrifício tinha-lhes valido mesmo a alcunha de "tripeiros". Comovido, o infante D. Henrique disse-lhe então que esse nome de "tripeiros" era uma verdadeira honra para o povo do Porto. A História de Portugal registou mais este sacrifício invulgar dos heróicos "tripeiros" que contribuiu para que a grande frota do Infante D. Henrique, com sete galés e vinte naus, partisse a caminho da conquista de Ceuta.
*By Google*

(*)
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*Como foi salvo Wang-Fô*

"A Trilha para Shambalah",pintura de Gilbert Williams
O velho pintor Wang‑Fô e o seu discípulo Ling andavam pelas estradas do reino dos Han. O reino dos Han: era o nome por que naquele tempo era conhecida a grande China.
Ninguém pintava melhor que Wang‑Fô as montanhas a sair do nevoeiro, os lagos sobrevoados pelas libélulas e as enormes vagas do Pacífico vistas a partir da costa. Dizia‑se que as suas imagens santas atendiam imediatamente qualquer prece; sempre que ele pintava um
cavalo, tinha que o mostrar preso a uma estaca ou seguro pelas rédeas, pois se assim não fosse o cavalo escapava‑se do quadro a galope e nunca mais ninguém lhe punha a vista em cima. Os ladrões não se atreviam a entrar em casa de quem possuísse um cão de guarda pintado por Wang‑Fô.
Wang‑Fô poderia ter sido rico, mas gostava mais de dar que vender. Distribuía as pinturas que fazia por quem as apreciasse verdadeiramente ou então trocava‑as por uma tigela de comida. O seu carinho ia todo para os pincéis, para os rolos de seda ou de papel de arroz e para os pauzinhos de tinta de diversas cores que ele friccionava contra uma pedra para misturar o pó numa pequena porção de água. [...].
Uma tarde, ao pôr‑do‑sol, chegaram aos subúrbios da capital e Ling arranjou uma estalagem onde Wang‑Fô pudesse passar a noite. O velho aconchegou‑se nuns farrapos e Ling encostou‑se a ele para aquecê‑lo, porque a Primavera ainda mal tinha começado e o gelo continuava a cobrir o chão de terra batida. Ling lamentava a sujidade da estalagem, mas o velho maravilhava‑se com as sombras bruxuleantes que uma lâmpada mortiça projectava nas paredes e com os enigmáticos desenhos que faziam no tecto as marcas da fuligem. De madrugada, ressoaram pesados passos nos corredores e atrás deles ordens gritadas numa língua bárbara. Ling estremeceu, lembrando‑se de que na véspera roubara um bolo para a refeição do mestre. Certo de que o vinham prender, perguntou aos seus botões quem é que iria ajudar o velho a passar o vau do próximo rio.
Os soldados entraram com lanternas. A chama que se filtrava através do papel multicolor punha nos seus rostos reflexos encarnados, amarelos e azuis. Rugiam como animais ferozes e a corda dos seus arcos vibrava a cada grito. Um deles pousou a mão com rudeza na nuca de Wang-Fô, que não podia deixar de admirar os bordados dos seus mantos. Amparado pelo discípulo, Wang‑Fô seguiu‑os cambaleando através das estradas aos altos e baixos. [...].
Chegaram à entrada do palácio imperial. As paredes violetas insinuavam em pleno dia um tom crepuscular. Os soldados obrigaram Wang‑Fô a atravessar salas redondas ou quadradas cujas formas simbolizavam as estações, os pontos cardeais, a lua e o sol, a longevidade e a Omnipotência. As portas giravam sobre si próprias emitindo notas musicais e o seu encadeamento era de forma a permitir que quem atravessasse o palácio do nascer ao pôr‑do‑sol ouvisse a escala toda. Por fim, o silêncio tornou‑se tão grande que mal se ousava respirar; um escravo soergueu um reposteiro e o pequeno grupo entrou na sala onde reinava o Filho do Céu. [...].
O Mestre do Celeste estava sentado num trono de jade, e, cobertas de rugas, as mãos dele assemelhavam-se às dum ancião, se bem que ele ainda mal tivesse vinte anos. [...]
- Dragão Celeste, disse Wang‑Fô prosternado, sou velho, sou pobre, sou fraco. Tu és como o Verão; eu sou como o Inverno. Tu tens Dez Mil Vidas; eu tenho apenas uma e que vai acabar. Que mal é que eu te fiz? Ataram as minhas mãos que nunca te causaram nenhum dano.
- Perguntas‑me o que é que me fizestes, velho Wang‑Fô? - disse o Imperador. [...] Vou dizer‑to. O meu pai reuniu uma colecção de pinturas tuas no fundo do palácio e foi nessas salas que eu fui criado, velho Wang‑Fô, porque não me deixavam sair, com medo de que visse os infelizes e me afligisse o espírito ou agitasse o coração. Tirando um ou outro velho criado que aparecia o menos possível, a ninguém mais era permitido entrar nos meus domínios, não fosse quem passasse conspurcar‑me com a sombra. De noite, quando não conseguia dormir, ficava a olhar os teus quadros e, durante dez anos, não houve uma só noite em que eu os não tenha contemplado. De dia, sentado num tapete de que já sabia de cor todos os desenhos, descansando as mãos nos meus joelhos de seda amarela, eu imagina­va o mundo - com o país de Han no meio - semelhante à planície côncava e monótona da mão profundamente atravessada pelos Cinco Rios. A toda a sua volta, o mar onde os monstros nascem e, mais longe ainda, as montanhas onde assenta o céu. Tudo isto eu imagina­va com a ajuda dos teus quadros. Aos dezasseis anos reabriram‑se as portas que me separavam do mundo; subi ao terraço do palácio para ver as nuvens, mas elas não se comparavam com as dos teus crepúsculos. Mandei vir uma liteira; sacudido através de estradas atulhadas de lama e de pedras com que eu não contava, percorri as províncias do Império sem encontrar os teus jardins repletos de mulheres parecidas com flores e as tuas florestas cheias de antílopes e de pássaros. Os calhaus da beira‑mar fizeram com que eu me enjoasse dos oceanos; a fealdade das aldeias impede‑me de ver a beleza dos arrozais e o riso áspero dos meus soldados dá‑me vómitos. Mentiste‑me, Wang‑Fô, velho aldrabão: o reino de Han não é o mais maravilhoso dos reinos e não sou eu o Imperador. O único império onde vale a pena reinar é aquele onde tu entras, velho Wang, pelo caminho das Mil Curvas e das Dez Mil Cores. Só tu reinas em paz sobre planícies onde a neve não derrete e sobre campos de flores que nunca morrerão. E é por isso, Wang‑Fô, que eu encontrei o suplício que te estava reservado, a ti cujas pinturas me fizeram detestar o que possuo e desejar o que jamais possuirei. E, para te fechar na única prisão de onde não poderás sair, decidi queimar‑te os olhos, já que os teus olhos são as tuas portas mágicas por onde tu penetras no teu reino. E, já que as tuas mãos são as duas estradas de dez ramificações, que vão até ao coração do teu império, também decidi cortar‑te as mãos. Percebes tu agora, velho Wang‑Fô?
Ouvindo esta sentença, o discípulo Ling arrancou da cintura uma faca amolgada e precipitou‑se sobre o Imperador. Dois guardas sustiveram-no. O Filho do Céu sorriu e acrescentou com um suspiro:
- Também te odeio, velho Wang‑Fô, por te saberes fazer amar. Matem esse maltrapilho.
Ling deu um salto para a frente, afim de evitar que o sangue manchasse a roupa do seu mestre. Um carrasco decapitou‑o com um sabre. Os criados levaram os restos mortais, e Wang‑Fô, desespera­do, admirou a lindíssima mancha escarlate que o sangue do discípulo deixara no pavimento de pedra verde.
O Imperador fez um sinal e dois escravos enxugaram os olhos de Wang‑Fô.
- Ouve, velho Wang‑Fô, disse o Imperador, e pára de chorar, porque não é este o momento mais apropriado. Há na minha colecção das tuas obras um quadro admirável onde as montanhas, o estuário dum rio e o mar se reflectem, é claro que infinitamente reduzidos, mas com uma intensidade que ultrapassa a dos próprios objectos, como as figuras reflectidas na superfície duma esfera. Mas não terminastes esse quadro, Wang‑Fô, e posso obrigar‑te a levá‑lo a cabo. Se te recusares, mando queimar todas as tuas obras antes do teu suplício e serás como um pai que viu morrer à sua frente toda a sua descendência. [...].
Wang‑Fô começou por tingir de cor‑de‑rosa a extremidade duma nuvem pousada numa montanha. Depois, acrescentou à superfície do mar uma pequena ondulação que tornou ainda mais profunda a sua calma. Estranhamente, o pavimento de jade começara a ficar húmido, mas Wang‑Fô, completamente absorvido pelo quadro, não dava conta de que já estava a trabalhar com os pés na água.
O frágil escaler, encorpado pelas pinceladas do pintor, ocupava agora todo o primeiro plano do rolo de seda. Um ruído de remos ergueu‑se de repente na distância, vivo e cadenciado como um bater de asas. Aproximou‑se, encheu a sala toda, depois cessou. Pequenas gotas reluziam, imóveis, suspensas dos remos do barqueiro. Há muito que o ferro em brasa destinado aos olhos de Wang‑Fô se tinha apagado no braseiro do carrasco. Com a água a dar‑lhes pelos ombros, os cortesãos, paralisados pela etiqueta, erguiam‑se nas pontas dos pés. A água por fim atingiu o nível do coração imperial. O silêncio era tão profundo que teria sido possível ouvir lágrimas cair.
Era mesmo Ling. Trazia a roupa de todos os dias e na manga direita viam‑se ainda as marcas dum rasgão que ele não tivera tempo de coser, essa manhã, antes da chegada dos soldados. Mas à volta do pescoço trazia um estranho lenço encarnado.
Sem deixar de pintar, Wang‑Fô disse‑lhe docemente:
- Julgava‑te morto.
- Estando você vivo, disse Ling cheio de respeito, como é que poderia ter morrido?
E ajudou o mestre a subir para o barco. O tecto de jade reflectia‑se na água, de maneira que Ling parecia navegar no interior duma gruta.
As tranças dos cortesãos submersos ondulavam à superfície como cobras e a cabeça do Imperador flutuava como um lótus.
- Repara, meu discípulo, disse Wang‑Fô melancolicamente. Esses infelizes vão morrer, se é que não morreram já. Nunca supus que no mar houvesse tanta água que pudesse afogar um imperador. Poderemos fazer ainda alguma coisa?
- Não te preocupes, Mestre, murmurou o discípulo. Não tarda que eles estejam de novo em seco, sem mesmo se lembrarem de ter molhado as mangas. Só o Imperador é que há‑de guardar no coração um pouco do amargor do mar. Gente como esta não foi feita para se perder dentro dum quadro.
E acrescentou:
- O mar é belo, o vento favorável, as aves marinhas andam a fazer ninhos. Vamos embora, Mestre, para o lá de lá das ondas.
- Vamos, disse o velho pintor.
Wang‑Fô tomou conta do leme, e Ling debruçou‑se sobre os remos. O seu ruído voltou a encher a sala, firme e regular como o bater dum coração. O nível da água ia baixando insensivelmente em torno dos enormes rochedos verticais que eram de novo colunas. Não tardou que apenas algumas esparsas poças de água brilhassem nas depressões do pavimento de jade. Os vestidos dos cortesãos estavam secos, mas o Imperador tinha alguns flocos de espuma na franja do casaco.
O rolo desdobrado e acabado por Wang‑Fô estava encostado a uma tapeçaria. Um barco ocupava todo o primeiro plano. Ia‑se afastando lentamente, deixando atrás de si uma estreita esteira que se voltava a fechar no mar imóvel. Já não se distinguia a cara dos dois homens sentados no escaler, embora ainda se visse o lenço encarna­do de Ling e a barba de Wang‑Fô flutuando ao vento.
A pulsação dos remos foi enfraquecendo, por fim cessou, obliterada pela distância. O Imperador, dobrado para a frente, com a mão em pala sobre os olhos, via afastar‑se o barco de Wang que já não era senão uma mancha imperceptível na palidez crepuscular. Finalmente o barco contornou um rochedo que fechava a entrada do mar alto; a esteira extinguiu‑se na superfície deserta e o pintor Wang‑Fô assim como o seu discípulo Ling desapareceram para sempre sobre aquele mar de jade azul que Wang‑Fô tinha acabado de inventar.
por Marguerite Yourcenar *
Notas:
* Marguerite Yourcenar, pseudônimo de Marguerite Cleenewerck de Crayencour

(8/6/1903, Bruxelas, Bélgica - 17/12/1987, Mount Desert Island, Maine, EUA)
era uma escritora belga de língua francesa, tendo sido a primeira mulher a ser eleita para a Academia Francesa de Letras, em 1980.
Texto extraído de “Comment Wang‑Fô fut Sauvé”, Paris, Gallimard, 1979, o qual foi baseado em um conto tradicional chinês; em português publicado como "A Fuga de Wang‑Fô" , trad.port. Luís Miguel Nava, Lisboa, Contexto, 1983.
Sobre a autora se pode visitar o Museu Yourcenar (em francês). O conto de Yourcenar também foi adaptado ao cinema de animação por Laloux e Caza, e pode ser assistido no YouTube em duas partes (sem legendas):
http://www.youtube.com/watch?v=iZxxZw0Fn4I 1/2
e
http://www.youtube.com/watch?v=Rytyb0YRe4s 2/2

(*)
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*O Paradoxo da Representação da Realidade*

"Farei, porém, um esforço para vos dar aquela realidade que vocês julgam ter, ou seja, esforçar-me-ei por vos querer em mim como vocês se querem. Já sabemos que não é possível, dado que, por mais esforços que eu faça para vos representar à vossa maneira, será sempre «à vossa maneira» apenas para mim, não «à vossa maneira» para vocês e para os outros.
Mas desculpem: se para vocês eu não tenho outra realidade fora daquela que vocês me dão, e estou pronto a reconhecer e a admitir que essa não é menos verdadeira que a que eu poderei dar a mim mesmo, que essa, para vocês, é a única verdadeira (e sabe Deus a realidade que vocês me dão!), vão lamentar-se agora da realidade que eu lhes darei, esforçando-me, com toda a boa vontade, por vos representar à vossa maneira tanto quanto me seja possível?

Não presumo que vocês sejam como eu vos represento. Já disse que vocês também não são aquele um tal como o representam para vocês próprios, mas muitos ao mesmo tempo, segundo todas as vossas possibilidades de ser e os acasos, as relações e as circunstâncias. Então, que mal é que eu vos fiz? Vocês é que me fazem mal, julgando que eu não tenho ou não posso ter outra realidade fora da que vocês me dão e que é apenas vossa, acreditem, uma ideia que vocês fizeram de mim, uma possibilidade de ser como vocês a sentem, como vos parece, como intimamente a reconhecem possível, já que daquilo que eu posso ser para mim, não só não podem saber nada, como eu
mesmo nada posso saber. "

Luigi Pirandello (escritor italiano, 1867-1936),
in "Um, Ninguém e Cem Mil"


(*)

Busto de Pirandello
num parque de Palermo
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*A RAPOSA E O PRÍNCIPE*

E foi então que apareceu a raposa:
__Bom dia,disse a raposa.
__Bom dia,respondeu polidamente o principezinho,que se voltou,mas não viu nada.
Eu estou aqui,disse a voz,debaixo da macieira...
__Quem és tu?perguntou o principezinho.Tu és bem bonita...
__Sou uma raposa,disse a raposa.
__Vem brincar comigo,propôs o principezinho.Estou tão triste...
__Eu não posso brincar contigo,disse a raposa.Não me cativaram ainda.
__Ah!desculpa,disse o principezinho.Após uma reflexã
o,acrescentou:
__Que quer dizer "cativar"?
__Tu não és daqui,disse a raposa.Que procuras?
__Procuro os homens,disse o principezinho.Que quer dizer "cativar"?
__Os homens,disse a raposa,têm fuzis e caçam.É bemincômodo!Criam galinhas também.
É a única coisa interessante que eles fazem.Tu procuras galinhas?
__Não,disse o principezinho.Eu procuro amigos.Que quer dizer "cativar"?
__É uma coisa muito esquecida,disse a raposa.Significa "criar laços...".
__Criar laços?
__Exatamente,disse a raposa.Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual
a cem mil outros garotos.E eu não tenho necessidade de ti.E tu não tens necessidade de mim.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas.
Mas se tu me cativas,nós teremos necessidade um do outro.Serás para mim único no mundo.
E eu serei para ti única no mundo...
__Começo a compreender,disse o principezinho...Existe uma flor...eu creio que ela me cativou...
__É possível,disse a raposa.Vê-se tanta coisa na Terra...
__Oh!não foi na Terra,disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
__Num outro planeta?
__Sim.
__Há caçadores nesse planeta?
__Não.
__Que bom.E galinhas?
__Também não.
__Nada é perfeito,suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia:
__Minha vida é monótona.Eu caço galinhas e os homens me caçam.Todas as galinhas se parecem
e todos os homens se parecem também.E por isso me aborreço um pouco.Mas se tu me cativas,
minha vida será como que cheia de sol.Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.O teu me chamará para fora da toca,como se fosse música. E depois,olha!Vês lá longe,os campos de trigo?Eu não como pão.O trigo para mim é inútil.Os campos de
trigo não me lembram coisa alguma.E isso é triste!Mas tu tens cabelos cor de ouro.Então será maravilhoso
quando me tiveres cativado.O trigo,que é dourado,fará lembrar-me de ti.E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
__Por favor...cativa-me!disse ela.
__Bem quisera,disse o principezinho,mas eu não tenho muito tempo.Tenho amigos a descobrir e muitas coisas
a conhecer.
__A gente só conhece bem as coisas que cativou,disse a raposa.Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa
alguma.Compram tudo prontinho nas lojas.Mas como não existem lojas de amigos,os homens não têm mais
amigos.

Se tu queres um amigo,cativa-me!
__Que é preciso fazer?perguntou o principezinho.
__É preciso ser paciente,respondeu a raposa.Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim,assim,na relva.Eu te olharei
para o canto do olho e tu não dirás nada.A linguagem é uma fonte de mal-entendidos.Mas,cada dia,te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
__Teria sido melhor voltares à mesma hora,disse a raposa.Se tu vens,por exemplo,às quatro da tarde,desde às três eu
começarei a ser feliz.Quanto mais a hora for chegando,mais eu me sentirei feliz.Às quatro horas então,estarei inquieta
e agitada:descobrirei o preço da felicidade!


*Dedico este Post á minha Querida Goddess Night , pois esta "História" ,já a li e senti num *post* na sua "casinha" ...


Beijo sentido
(*)

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*Pensamentos Atribuidos e comentados a Dalai Lama*



Dê às pessoas mais do que elas esperam e o faça com alegria.
Devemos sempre procurar corresponder às expectativas que nossos entes queridos tem a nosso respeito.

Decore o seu poema favorito.
Não somente o poema, mas também tudo aquilo que se refere àqueles que nos são caros.

Não acredite em tudo o que você ouve, use tudo o que você tem e durma o tanto que você queira.
Interpreto esta pensamento desta maneira: Devemos usar nosso livre arbítrio...

Quando disser "Eu te amo", seja verdadeiro.
Devemos SEMPRE ser sinceros, e não apenas no amor...

Quando disser "Sinto muito", olhe as pessoas nos olhos.
Um pedido de desculpas nunca pode ser superficial. Tem que vir de dentro, para mostrar que realmente "Sentimos muito"...

Fique noivo pelo menos 6 meses antes de se casar.
Nos tempos atuais, é um pouco difícil seguir esta idéia. Interpreto como uma sugestão de refletirmos bastante antes de tomar uma decisão séria.

Acredite em amor a primeira vista.
E à primeira leitura também. Temos sempre que confiar em nossa primeira impressão. É aquela que produz maior impacto, e que pode determinar muita coisa...

Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
Claro, por mais absurda que uma idéia, um sonho que alguém tenha, nos pareça ser, nunca devemos menosprezá-la. Não devemos frustar as esperanças de outrem de uma maneira grosseira. Às vezes é toda uma esperança de vida... Devemos sempre respeitar o direito das pessoas de sonhar...

Ame profundamente e com paixão. Você pode se machucar, mas é a única maneira de viver a vida completamente.
Não apenas no que diz respeito ao amor por uma pessoa, mas também no que diz respeito à vida profissional. Devemos procurar nosso caminho, e segui-lo com determinação. As coisas devem ser feitas com paixão, com interesse e dedicação.

Fale devagar, mas pense com rapidez
Ou seja, sempre é bom pensar no que dizer, para não falar besteiras...

Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte "Porque você quer saber?".
Conselho muito útil que vem sendo seguido à risca por todos aqueles que tem que depor nas CPI's. Ou então: "Não me lembro...". Bela sugestão...

Lembre-se de que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
Quer dizer que nunca poderemos esperar que as coisas nos venham de "mão beijada".



Temos que lutar para conseguir chegar a nossos objetivos, e temos que nos preparar para os tombos que eventualmente ocorrerem...
Quando eventualmente tivermos que encarar fracassos, temos que saber aceitá-los.

Quando você se der conta de que cometeu um erro, tome providências imediatas para corrigi-lo.
Isto parece óbvio, se bem que tem muita gente que vê que está errado, mas não quer dar o braço a torcer e insiste no erro, com as conseqüências óbvias que a teimosia acarreta...

Quando você perder, não perca a lição.
Claro, se algo que fazemos não dá certo, manda o bom senso que vejamos bem qual foi nosso erro, para não repeti-lo. Teimosia nunca resolve nada...

Lembre-se dos três "erres": Respeito por si próprio, Respeito ao próximo e Responsabilidade pelas ações.
A questão do respeito é demonstrada pela seguinte frase: "Seu direito termina onde começa o meu, e vice-versa". Quanto à responsabilidade, sempre devemos responder por nossos atos. Parece super lógico.

Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
Quantas boas amizades foram desmanchadas porque não soubemos ter paciência para resolver um pequeno problema... Ponderação e diálogo são as coisas mais importantes para preservar um bom e saudável relacionamento...

Sorria ao atender o telefone. A pessoa que estiver chamando sentirá isso na sua voz.
Bem... isto sempre vai depender do que estivermos fazendo quando o telefone toca...

Case com alguém com quem você goste de conversar. Ao envelhecerem, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra.
Bem... fiz isto há 42 anos, e está dando certo até agora... Sem dúvida alguma, o diálogo é a maior arma para vivermos em paz com quer que seja, seja no casamento, seja nas amizades. Deus nos deu a capacidade de raciocinar e devemos usar muito bem esse dom...

Passe algum tempo sozinho todos os dias. Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
Isto é muito importante. Sempre temos que meditar, refletir bastante, para não tomar nenhuma atitude precipitada.

Leia mais livros e assista menos TV.
A TV serve como entretenimento. A base cultural é adquirida através da leitura, sem dúvida alguma. Claro, estamos falando da boa leitura, não de revistas de fofocas.

Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
Não somente palavrões devem ser evitados. Em caso de algum desentendimento, nunca devemos dirigir palavras ofensivas. Em caso de reconciliação, as mágoas provocadas pelas ofensas são mais difíceis de serem esquecidas.

Não julgue as pessoas pelos seus parentes.
Este é um erro em que muita gente incorre. Por que o pai, mãe ou irmão de alguém cometeu erros em sua vida, não quer dizer que esta pessoa vá fazer a mesma coisa. Maldade, ações delituosas não tem nada
a ver com a genética...

Tenzin Gyatso
14º Dalai Lama

Fonte:http://www.prosaepoesia.com.br/proverbios/dalai_lama.asp

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(*)

"Uma nova teoria sobre o 11 de Setembro"

"A TEORIA DO "11"

A conclusão do final merece alguma credibilidade.

O 11 passou a ser um número inquietante.

Pode pensar-se que é uma casualidade forçada ou simplesmente uma tontice, mas o que está claro é que há coisas interessantes. Senão, veja-se...


1 - New York City tem 11 letras.

2 - Afeganistão tem 11 letras.

3 - "The Pentagon" tem 11 letras.

4 - George W. Bush tem 11 letras.

Até aqui, meras coincidências ou casualidades forçadas (será?).

Agora começa o interessante.....

1 - Nova Iorque é o estado Nº 11 dos EUA.

2 - O primeiro dos voos que embateu contra as Torres Gémeas era o Nº 11.

3 - O voo Nº 11 levava a bordo 92 passageiros; a soma dos seus algarismos dá: 9+2 = 11

4 - O outro voo que bateu contra as Torres, levava 65 passageiros; a soma dos seus algarismos dá: 6+5 =11.

5 - A tragédia teve lugar a 11 de Setembro, ou seja, 11 do 9; a soma dos seus algarismos dá: 1+1+9 =11.

E agora o inquietante.....

1 - As vítimas totais que faleceram nos aviões eram 254: 2+5+4 =11.

2 - O dia 11 de Setembro, é o dia número 254 do ano: 2+5+4 = 11.

3 - A partir do 11 de Setembro sobram 111 dias até ao fim de um ano.

4 - Nostradamus (11 letras) profetiza a destruição de Nova Iorque na Centúria número 11 dos seus versos...

Mas o mais chocante de tudo é que, se pensarmos nas Torres Gémeas, damo-nos conta que tinham a forma de um gigantesco número 11.

E, como se não bastasse, o atentado de Madrid aconteceu no dia 11.03.2004.

Somando estes algarismos dá: 1+1+0+3+2+0+0+4 = 11.

Intrigante, não acham??

O atentado de Madrid aconteceu 911 dias depois do de New York. Somando os seus
algarismos dá: 9+1+1 = 11

E AGORA o mais arrepiante:

VERMELHICES ("site" sobre o benfica: http://www.vermelhices.com/ ), tem 11 letras... e foi criado no dia 01.05.2002 e colocado online à 1 hora da manhã.

Somando os algarismos dá: 0+1+0+5+2+0+0+2+1 = 11.
CONCLUSÃO DE TUDO ISSO: Bin Laden é um benfiquista do ( censurado)...! "
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"O Homem não é Mais do que a sua Imagem"



"O homem não é mais do que a sua imagem.
Os filósofos bem podem explicar-nos que a opinião do mundo pouco conta e que só importa aquilo que somos.
Mas os filósofos não percebem nada.
Enquanto vivermos entre os seres humanos, seremos aquilo que os seres humanos considerarem que somos.
Passamos por velhacos ou manhosos quando não paramos de perguntar a nós próprios como nos vêem os outros, quando nos esforçamos por ser o mais simpáticos possível.
Mas entre o meu eu e o do outro, existirá algum contacto directo, sem a mediação dos olhos?
Será pensável o amor sem uma perseguição angustiada da nossa própria imagem no pensamento da pessoa amada?
Quando deixamos de nos preocupar com a maneira como o outro nos vê, deixamos de o amar."

Milan Kundera, in "A Imortalidade"
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FotoPhoto F. Lochon/Gamma